Seu resumo mensal de análises, gráficos e temas que marcaram o mês de julho no ecossistema de inovação, realizado em parceria com a Catarina Capital.
O que você vai ver nesse material:
Dados do mês: startups LatAm captam US$ 845 milhões, alta de 15%
Índices e ações: alívio para companhias de crescimento; big techs não decepcionam; a "primavera cripto" chegou?
Análise by Catarina Capital: cenário macro
Principais notícias: Nubank segue apostando no mundo dos investimentos; 5G chega ao Brasil
Recomendação: Report "E-commerces brasileiros 2T22"; Report "State of Venture Q2’22"
📈 Dados do mês
Depois de muita especulação sobre a desaceleração do capital de risco global, o mercado de startups da América Latina parece estar se estabelecendo em um novo patamar de investimentos. A seguir, confira os destaques da Sling Hub sobre o ecossistema de startups latino-americano no mês de julho.
😎 Startups LatAm captam US$ 845 milhões, alta de 15%
As startups captaram US$ 845 milhões em julho, alta de 15% na comparação mensal. Esse valor foi distribuído em 86 rodadas, de 82 startups. Desde janeiro, US$ 7,8 bilhões foram captados — uma média de US$ 1,1 bilhão por mês.
#fato: a média de captação do primeiro semestre de 2021 foi de US$ 1,5 bilhão, enquanto a média de 2020 foi de apenas US$ 270 milhões por mês. Em outras palavras, o ano de 2022 não está tão ruim assim, né?
💰 Fintechs estão com (quase) tudo
Do volume captado total (US$ 845 milhões), cerca de US$ 553 milhões foram apenas para as fintechs — é mais do que dobro ao que foi registrado em junho! Outro dado interessante: das 10 maiores rodadas de investimentos, 6 foram para fintechs.
E das quatro startups que fizeram mais de uma rodada no mês ou distribuíram suas captações em modalidades distintas, todas são fintechs. São elas: Creditas (Brasil), Arrenda (México), Kapital Smart Bank (México) e Stori (México).
#paratodosverem: uma das razões para a explosão das fintechs é que parte da população latino-americana ainda não tem acesso aos serviços financeiros e o avanço de questões regulatórias torna o cenário favorável para a entrada de novos players do setor financeiro.
🤝 Fusões e aquisições (M&A) não desapontam
Depois de registrar o menor número de M&A desde 2020, julho foi o melhor mês do ano: 34 startups latino-americanas foram adquiridas no mês passado, sendo 18 delas do Brasil. Entre elas, estão 7 fintechs, 3 agritechs e 3 edtechs.
🦄 Temos mais um novo unicórnio no pedaço!
A quantidade de unicórnios latino-americanos nascidos entre janeiro e junho mais que dobrou ante o mesmo período do ano passado. E não para por aí. Em julho, nasceu mais um unicórnio latino-americano: a fintech mexicana Stori, que oferece cartões de crédito para populações carentes.
🔍 Como estamos no Brasil?
O ecossistema de startups brasileiro mostrou sinais de uma leve recuperação. As startups brasileiras captaram US$ 546 milhões em julho - alta de 32% na comparação mensal. O montante foi distribuído em 58 rodadas e representa 64% dos investimentos depositados na região.
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📈 Índices e ações
🟢 Alívio para companhias de crescimento; performance positiva das ações
Depois da onda de pessimismo, devido às incertezas macroeconômicas, os mercado globais registraram alta no mês de julho. O motivo? Para analistas, o Federal Reserve (Fed) sinalizou que o ciclo de alta dos juros deve ser menos intenso que o esperado. Em paralelo, a divulgação de resultados financeiros acima do esperado animou os investidores.
Assim, as companhias de crescimento conseguiram sentir um pequeno alívio pela primeira vez em meses. Por exemplo, as big techs registraram alta no período — com exceção da Meta (Facebook), que registrou ligeira queda de 1%.
De volta às terras tupiniquins, o Ibovespa ficou acima dos 100 mil pontos, com alta de 4,26% em julho. O início do mês foi marcado por incertezas no âmbito nacional e global, e o desempenho positivo foi visto apenas na segunda quinzena.
Por quê? Depois do "boom" das commodities, os investidores migraram para setores com preços mais atrativos — com destaque para o varejo, tecnologia e construção civil. Assim, grande parte das empresas de tecnologia listadas na B3 reverteram a tendência negativa registrada em junho.
*Observação: o Banco Inter migrou para Nasdaq em junho de 2022 e suas ações passaram a ser negociadas com o ticker INTR. Para os investidores, as ações (BIDI11, BIDI3, BIDI4) foram convertidas nas BDRs com o ticker INTR31. Aqui, registramos apenas sua performance na bolsa americana.
🪙 Depois do "inverno cripto", chegou a primavera?
O mercado cripto também registrou alta em julho, em contraste com os números no vermelho dos meses anteriores. O desempenho positivo do Bitcoin (BTC) veio depois de forte desvalorização entre abril e junho. Após ficar abaixo do patamar de US$ 20 mil, encerrou o mês valendo pouco mais de US$ 23 mil (1 BTC = US$ 23,336.90).
🎯 Top Picks: resultados 2T22
🟢 Bons ventos para a Netflix
Após a divulgação de seus resultados financeiros referentes ao 2T22, as ações da plataforma de streaming subiram 5,6%. Entre os destaques, estão a perda de “apenas” 970 mil assinantes no período — número melhor do que o esperado por muitos investidores. Cabe lembrar que a Netflix alertou para uma possível perda de 2 milhões de assinantes no primeiro trimestre.
Em paralelo, os novos planos de assinatura com anúncios devem chegar no início de 2023, e analistas especulam uma possível aquisição da Netflix pela Microsoft. Hoje, a Netflix é uma das principais plataformas de streaming do mundo, com 222 milhões de assinantes em mais de 190 países.
🟢 Apple conta com sua estratégia de crescimento para gerar bons frutos; receita total bate recorde
Tim Cook, CEO da Apple, disse que os resultados financeiros recordes são reflexo dos esforços da empresa para inovar, avançar em novas possibilidades e enriquecer a vida de seus clientes. Justo, não?
Sim, a Apple é conhecida por seus celulares, laptops, tablets e relógios. Mas não se engane: nos bastidores, a big tech está realizando investimentos maciços em áreas de alta tecnologia, como realidade virtual, inteligência artificial e semicondutores. Tudo isso será a base de seus novos produtos, que irão impactar a vida de milhares de pessoas — em áreas de saúde, mobilidade, conexões digitais e muito mais.
🟢 Tesla não para de surpreender o mercado
Por conta do cenário macroeconômico e escassez de componentes, o mercado esperava uma queda significativa dos resultados financeiros da companhia de Elon Musk do 2T22. Mas a empresa trouxe números acima do consenso. Outro destaque foi a venda de quase US$ 1 bilhão em Bitcoin, o que representa 75% da posição original da Tesla. Segundo Musk, devido ao cenário mais restritivo, a companhia vendeu parte de sua posição a fim de maximizar sua posição de caixa.
🟠 Meta registra a primeira queda de receita de sua história; metaverso à vista
São tempos difíceis para a companhia de Mark Zuckerberg. Pela primeira vez na história, a Meta (Facebook) registrou queda da receita — o lucro líquido também caiu no 2T22. Em nota, a companhia afirmou que os números mais fracos são reflexo da baixa demanda por publicidade, impulsionada por incertezas macroeconômicas. Cabe destacar que mais de 90% de sua receita vem de publicidade.
O Facebook foi lançado em 2004 e revolucionou a maneira como bilhões de pessoas se conectam — através de seus apps Messenger, Instagram e WhatsApp. Agora, a companhia de Zuckerberg virou Meta e pretende ir além das telas 2D: em direção a experiências imersivas como realidade aumentada e virtual, para construir a próxima evolução na tecnologia social: o metaverso.
🔴 Twitter sente o "efeito Musk"
Os números da rede social ficaram abaixo do esperado pelo mercado. Entre os destaques negativos, está o prejuízo líquido de US$ 270 milhões. Segundo o Twitter, isso é reflexo das incertezas quanto à aquisição da empresa por Elon Musk. Você se lembra da compra anunciada em meados de abril? Pois é. Recentemente, o bilionário desistiu da aquisição, e o Twitter iniciou um processo contra o Musk por violar o acordo.
🔴 Snapchat traz incertezas ao não divulgar guidance; papéis caem 40%
As ações da companhia caíram quase 40% após a divulgação dos resultados. Apesar de reportar números em linha com as expectativas do mercado, a Snap deixou os investidores "com a pulga atrás da orelha" ao não divulgar seu guidance. Em paralelo, o cenário macro incerto pressiona as empresas de mídias sociais como um todo, uma vez que dependem das receitas do mercado de anúncios.
📊 Macro Global
Não há evidências de que os piores dias já ficaram para trás; a volatilidade deve continuar e permanecemos sem convicções de melhoras para ativos de risco no curto prazo, embora os valuations possam sugerir — e nós concordamos com isso — que há uma boa janela de oportunidade para investimentos com foco no longo prazo. E de onde vem este nosso receio?
🔴 Inflação e juros em alta
Não se sabe quando a inflação atingirá o seu pico e qual será o ritmo de desaceleração após o pico — por exemplo, os Estados Unidos registraram o maior índice em 40 anos. Os Bancos Centrais mundo afora continuam engajados no aumento dos juros para conter a inflação. Assim, pondera-se qual será o impacto dos juros mais altos nas economias mais fragilizadas. Pesquisas sugerem que recessão é o cenário base para a maioria dos economistas americanos.
Conforme amplamente esperado, o Federal Reserve aumentou os juros em 75 bps em julho. Embora o Fed tenha oficialmente retirado do guidance (projeções), a expectativa do mercado é de esse ritmo prossiga nas próximas reuniões.
🔴 Outros pontos de atenção
A crise energética está longe de ser revertida, intensificada em função do conflito na Ucrânia, ainda sem perspectivas de trégua.
Receio de desaceleração da economia chinesa, devido às rupturas nas cadeias produtivas dados os novos lockdowns. Enquanto isso, as tensões com o Tio Sam estão no nível máximo, principalmente após a visita de Nancy Pelosi à Taiwan.
Apesar dos pesares, o mercado se animou com a ausência de guidance do Fed, e os ativos de risco registraram alta em julho. Cabe destacar que a safra de balanços americana foi menos turbulenta em comparação ao trimestre anterior — ocasião em que várias empresas reportaram resultados mais fracos e perderam valor de mercado.
📊 De olho no Brasil
Para nós, o maior trigger para o mercado de equities não são as eleições em outubro, e sim a virada na inflação americana: ela dará mais visibilidade sobre os juros e seus impactos na economia. Como a Bolsa antecipa tudo, há um receio por parte dos gestores de ficar de fora quando tal guinada acontecer. Analistas apontam que o nível de caixa dos fundos de equities nunca esteve em níveis tão elevados — nem mesmo durante crise do subprime de 2008.
📰 Principais notícias do mês:
🖥️ Microsoft lança serviço para governos
Segundo a big tech, o “Cloud for Sovereignty” confere controle sobre os dados e transparência aos governos, o que permite criar experiências customizadas e de acordo com práticas governamentais. Dois clientes já estão usando o serviço: uma empresa italiana do setor de defesa nacional e uma empresa belga de telecomunicação. A iniciativa posiciona a Microsoft como uma aliada dos governos, o que melhora sua relação com as entidades nacionais e reduz o risco de possíveis intervenções regulatórias em suas atividades.
⚖️ CHIPS Act é aprovado nos Estados Unidos
A medida prevê um incentivo de 52 bilhões de dólares para que as empresas de chips abram fábricas nos Estados Unidos. O ato é uma resposta à crise na produção durante a pandemia e seus impactos nas cadeias produtivas. O CHIPS Act ainda precisa ser assinado pelo presidente americano Joe Biden, que segue encorajando os legisladores para passar a medida.
🟣 Nubank segue apostando no mundo dos investimentos
O '"roxinho" conta com mais de 5 milhões de investidores ativos e já supera players tradicionais — a XP conta com pouco mais de 3,5 milhões, por exemplo. Cerca de 4 milhões investem no próprio app da fintech, e os demais investem através do NuInvest — plataforma anunciada após a aquisição da Easynvest em 2021.
E não para por aí. Em meio ao “inverno cripto”, o Nubank conquistou algo inédito: 1 milhão de clientes de cripto — número que supera a base de diversas exchanges brasileiras. Tudo em apenas três semanas! Cabe lembrar que desde junho seus 60 milhões de clientes podem comprar Bitcoin e Ethereum a partir de R$ 1.
🌌 5G chega ao Brasil
A Anatel liberou algumas capitais para receberem a tecnologia. Entre elas, estão São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Goiânia e Salvador. A expectativa é que todas as capitais do país tenham acesso ao 5G até o dia 29 de setembro; para os municípios com população igual ou superior a 500 mil habitantes, a previsão de liberação é a partir de 1º de janeiro de 2023.
📌 Recomendações do mês
Feito em parceria com a Similarweb, plataforma de inteligência competitiva, produzimos um report exclusivo sobre ecommerces brasileiros. Confira nossa análise sobre os apps mais utilizados pelos brasileiros e principais indicadores de acessos de sites do setor.
O material feito pela CB Insights traz os principais números e acontecimentos do ecossistema global de venture no segundo trimestre de 2022.
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