O que aconteceu de mais importante em inovação e tecnologia no mês de março, compilado para você.
O que você vai ver nesse material:
Dados do mês: Quebra do Silicon Valley Bank instaura crise bancária; Queda de investimentos VC global e LatAm; Grandes gestoras de olho na América Latina
Índices e ações: Big techs, Tech BR e Cripto
Análise macro: Brasil e mundo
Principais notícias do mês: Apple lança Pay Later Now; Google lança versão beta do chatbot Bard; Bacen divulga diretrizes do projeto piloto do Real Digital
Recomendações: #SnaqReview Inter e PicPay
O banco BV, uma das maiores instituições financeiras do país, anunciou o lançamento do Programa de Inovação Aberta. Com a iniciativa, o BV quer ampliar ainda mais as conexões com o ecossistema empreendedor e revolucionar o mercado financeiro em parceria com startups.
🔎 Sobre a iniciativa: o programa é voltado para as startups com o objetivo de catalisar soluções que ajudem a instituição a resolver os principais desafios do banco. Os temas prioritários são: CX em canais digitais, ecossistema automotivo, inovações em conta digital e cartão, novos canais de distribuição, garantia de recebíveis corporate, inovação em marketing, segurança da informação, uso de dados para CX. As inscrições podem ser feitas até 5 de maio e estão disponíveis para todo ecossistema. Para saber mais, clique aqui!
📈 Dados do mês de março
💰 Quebra do Silicon Valley Bank instaura crise bancária; Credit Suisse é vendido para UBS
O Silicon Valley Bank (#SVB) era conhecido como o "banco das startups", especializado em serviços bancários para empresas de tecnologia e startups. Em março, o SVB foi protagonista da maior quebra de um banco americano desde a crise financeira de 2008.
🔎 SVB | Overview
Fundação: 1983 (40 anos de história)
16º maior banco dos Estados Unidos
Em torno de 50% das startups americanas eram clientes do SVB
US$ 212 bilhões em depósitos (30% vindos de startups de tecnologia)
Seu colapso teve início no dia 8 de março, quando anunciou uma liquidação de títulos do Tesouro americano, com prejuízo bilionário, e a emissão de ações na ordem de US$ 2,25 bilhões (cerca de R$ 10 bilhões). O motivo? Ajustar seu balanço patrimonial.
O anúncio gerou desconfiança nos investidores, que levou a uma corrida de saques no SVB. Isso levou a uma crise de liquidez e, por consequência, sua falência no dia 10 de março. Dada a crise de confiança no setor bancário, diversos bancos americanos de menor porte declararam falência, apesar das medidas adotadas pelo Fed para evitar o efeito dominó da quebra do SVB.
No dia 27 de março, o First Citizen Bank anunciou a aquisição de grande parte do SVB. Segundo o FIDC, entre os termos estabelecidos para aquisição, está assumir todos os depósitos e empréstimos e operar quase 20 agências do bancos das startups.
#ZoomOut: Fundado em 1898, o First Citizens afirma ser o maior banco familiar dos Estados Unidos, e se tornou um maiores compradores de bancos americanos em com problemas nos últimos anos. O banco tem mais de US$ 100 bilhões em ativos, 500 agências e um valor de mercado em torno de US$ 8 bilhões.
No dia 19 de março, a UBS anunciou a compra do Credit Suisse (CS) por US$ 3,2 bilhões. O motivo? Em meio à crise instaurada com a quebra do SVB, o CS divulgou ter identificado "fragilidades materiais" nos resultados financeiros dos últimos dois anos. Além disso, um histórico de má governança e os juros altos amargaram a confiança na instituição.
🔎 Credit Suisse | Overview
Fundação: 1856 (166 anos)
Ativos totais: US$ 574 bilhões (2022)
43º maior banco do mundo em total de ativos e 2º maior banco da Suíça (2022), atrás do UBS Group AG
#ZoomOut: Na sexta-feira (17), seu valor de mercado era de US$ 8,5 bilhões. Dois dias depois, ele foi vendido pela metade do valor registrado no último fechamento. O Banco Nacional Suíço (SNB) ofereceu ao UBS e CS até US$ 108 bilhões em empréstimos para ajudar na liquidez, a fim de evitar um efeito dominó no setor bancário.
➡️ Para saber mais, a Snaq produziu um review exclusivo sobre a ascensão e a queda do SVB, de que forma isso impacta do setor bancário e seus desdobramentos — tudo de forma simples, objetiva e visual-first. Confira aqui!
💰 Investimentos globais em venture caem 53% YoY no trimestre
VC Global | Dados do Crunchbase de #venturecapital no 1Q’23, apontam que os investimentos globais se mantiveram no mesmo volume do último trimestre de 2022. Já na comparação anual, a queda foi de 53% em relação ao 1Q’22, que teve volume próximos ao observado em 2021. Vale destacar que no primeiro trimestre houve os megarounds de US$ 6,5 bi de captação da Stripe e US$10 bi da OpenAI, que ajudaram a elevar o montante de investimentos.
VC LatAm | Dados da Sling Hub apontam uma queda de 78% YoY no volume mensal de investimentos em VC na América Latina. Segundo esse levantamento, tivemos em março:
62 rodadas
US$ 245 milhões investidos
US$ 4,8 milhões de média por rodada
A maior rodada, de US$90 mi, foi para a startup mexicana Clara, plataforma de gestão de gastos corporativos
30 fusões e aquisições
No Brasil o comportamento foi o mesmo em março, com uma queda na média de investimentos mensal YoY de 83%. O país recebeu 34% dos investimentos na América Latina no mês.
Dos US$ 245 milhões investidos na região, 60% foram para as 5 maiores rodadas. Nos top 10 investimentos do mês, 5 são brasileiras: Mecanizou, Better Drinks, zMatch, aMORA e Jungle.
📊 Empresas BR que fizeram IPO em 2021 acumulam perdas de até 90% no valor das ações
O ano de 2021 ficou na 2ª posição em termos de número de operações de abertura de capital de empresas brasileiras. Na B3, foram realizados mais de 40 IPOs — frente ao recorde de 60 operações registradas em 2007. Contudo, 75% das empresas que fizeram IPO em 2021 acumulam rentabilidade negativa.
Para as empresas de tecnologia do Brasil, essa realidade é ainda mais indigesta: metade delas acumulam queda superior a 80% desde então.
#ZoomOut: o ano de 2021 foi marcado pela aceleração da digitalização, aumento significativo da demanda por soluções oferecidas pelas empresas tech e juros atingindo mínimas históricas. Isso levou a uma euforia momentânea por investimentos no setor, e, posteriormente, houve uma reversão abrupta desse cenário favorável a partir de 2022.
💰 Grandes gestoras de olho na América Latina; Kaszek e ex-SoftBank anunciam novos fundos de mais de US$ 1,5 bi direcionados para a região
Kaszek anuncia captação via dois novos fundos, que podem chegar a US$ 1 bilhão.
O primeiro fundo terá foco em companhias de alto crescimento do seu portfólio, e o segundo será orientado para investimentos em startups early stage da América Latina, com valores entre US$ 500 mil e US$ 25 milhões.
Fundada em 2011, a Kaszek levantou cerca de US$ 2 bilhões, distribuída em sete fundos. A gestora investiu em mais de 120 startups Juntas, as startups investidas levantaram mais de US$ 15,5 bilhões.
Bicycle Capital anuncia novo fundo growth na América Latina de US$ 500 milhões.
O fundo está em processo de fundraising e terá como foco investimentos em startups da região. A gestora será liderada por três ex-executivos do SoftBank — Marcelo Claure, Paulo Passoni e Shu Nyatta.
SoftBank vê janela para IPOs de startups latino-americanas no fim do ano ou início de 2024
Juan Franck, managing partner do SoftBank Latin America Fund, disse em entrevista à Bloomberg que diversas startups late stage da região devem se tornar públicas.
O SoftBank já investiu cerca de US$ 7,4 bilhões na América Latina, e deve alocar mais US$ 600 milhões restantes do fundo destinado para a região.
✍️ Colunistas da Snaq
Em 2023, nosso propósito é gerar inteligência acessível sobre inovação fica ainda mais real com os nossos colunistas convidados - pessoas que fazem acontecer todos os dias e que toparam compartilhar conosco ao longo do ano um pouco do que fazem e sabem. Acompanhe um novo artigo dos colunistas toda semana no site da Snaq!
📈 Índices e ações
📊 Wall Street favorecido pela crise bancária; Ibovespa fecha acumulado trimestral no vermelho
O primeiro trimestre foi positivo para os principais índices de Wall Street, em especial para as big techs. Na contramão, o Ibovespa e as empresas de tecnologia do Brasil seguiram penalizadas no período.
Os principais índices de referência dos Estados Unidos — S&P500 e #Nasdaq — tiveram forte desempenho em março, como efeito positivo da crise bancária. O motivo? Isso deve contrair a oferta de crédito e, por consequência, ajudar no controle da inflação, reduzindo a necessidade manter a alta de juros por mais tempo.
As ações das #bigtechs tiveram um forte desempenho, com destaque para Nvidia e Meta (Facebook). Em relação à Nvidia, foi favorecida pelo hype da inteligência artificial e novos lançamentos — hoje, a empresa detém cerca de 80% do mercado de chips usados para treinamento de inteligência artificial.
O #Ibovespa fechou o mês com queda em torno de 3% e se manteve no patamar de 101 mil pontos. É o pior primeiro trimestre desde 2020, com o início da pandemia de Covid-19. Além dos fatores externos, foi pressionado devido às incertezas quanto às iniciativas do novo governo, em especial no que se refere ao arcabouço fiscal.
Em relação às empresas brasileiras de #tecnologia, seguem em trajetória bear market. Os destaques positivos foram o Nubank e a Semantix, com forte correção de preços no trimestre após queda em 2021.
🪙 Bitcoin acumula alta de 70% em 2023; Ripple e Binance seguem na mira dos reguladores
As principais criptomoedas fecharam o mês de março com bom desempenho, acima dos principais ativos de risco.
O Bitcoin (#BTC), criptomoeda com maior valor de mercado da atualidade, acumulou alta de 70% desde o início do ano, com cotação máxima de US$ 29 mil (1 BTC = cerca de R$ 110 mil). Este viés de alta favoreceu todo o mercado cripto.
Porém, especialistas mantêm certa cautela quanto ao desempenho nos próximos meses, em função das acusações contra a Binance (#BNB), que detém uma fatia de 60% das negociações à vista e de derivativos e um papel relevante na infraestrutura do setor.
#ZoomOut: Binance e CZ estão sendo processados por suposta violação de regras de negociação e derivativos dos Estados Unidos. Em nota, um porta-voz da exchange disse que acusação é “inesperada e decepcionante”. Go deeper.
O destaque positivo do mês foi a Ripple (#XRP), com alta de acumulada de 40% no mês. Entre os fatores que favoreceram seu desempenho, estão as expectativas otimistas quando à decisão da SEC (Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos).
#ZoomOut: em novembro de 2020, a SEC acusou a Ripple de enganar os investidores ao vender valores mobiliários não registrados de XRP, o que foi negado pela empresa. O fim do julgamento define se os tokens XRP podem ser considerados valores mobiliários ou não.
🔍 Análise macro
No dia 22 de março, ocorreu a "Super Quarta", ocasião que as decisões de juros foram divulgadas no Brasil e nos Estados Unidos. As decisões foram pautadas no atual cenário e perspectivas quanto à atividade econômica, e têm efeitos diretos na dinâmica dos ativos financeiros.
📊 Macro Global
O Federal Reserve (Fed) aumentou as taxas de juros dos Estados Unidos para um intervalo entre 4,75% e 5,00%, alta de 0,25 ponto percentual. No relatório, o Fed destacou os efeitos da quebra do SVB no setor bancário local — de contração na oferta de crédito — e seu comprometimento com a redução da inflação. A decisão ficou dentro das expectativas do mercado. Go deeper.
📊 Macro Brasil
O Comitê de Política Monetária (Copom) manteve a taxa Selic em 13,75% a.a. — é a 5ª vez consecutiva. Em nota, o Copom disse que a decisão se deu em função da deterioração do ambiente externo e conjuntura interna marcada por incertezas sobre o arcabouço fiscal e elevação das expectativas de inflação. Go deeper.
📩 Principais notícias do mês
📩 Bill Gates diz que a "Era da IA" começou; Carta aberta pede pausa no desenvolvimento de novas ferramentas de IA
Bill Gates divulga artigo “A Era da IA começou”. Nele, o criador da Microsoft destacou como a inteligência artificial (IA) deve mudar o mercado de trabalho, educação e saúde, por que essa tecnologia é tão revolucionária quanto os smartphones e a internet e quais são os principais riscos associados ao uso dela.
Elon Musk, Steve Wozniak e centenas de pesquisadores assinam carta aberta que solicita pausa em experimentos com ferramentas de IA mais avançadas que o GPT-4 por seis meses. Alega-se que a disputa entre laboratórios responsáveis por desenvolver essas ferramentas traz um avanço fora de controle, sem dimensionar seus riscos para a humanidade.
🤖 Google lança versão beta do chatbot Bard
A ferramenta rival do ChatGPT está em fase de testes e disponível apenas para usuários dos Estados Unidos e Reino Unido.
🍎 Apple Pay Later é lançado nos Estados Unidos
A novidade, integrada ao Apple Wallet, permite que os usuários façam compras online via iPhone ou iPad, no formato BNPL (compre agora, pague depois), que podem ser divididas em até quatro parcelas sem juros.
📲 TikTok sob ameaça de banimento nos Estados Unidos
Shou Zi Chew, CEO do TikTok, vai ao Congresso americano para responder questionamentos sobre espionagem e vazamento de dados. O aplicativo chinês segue sob ameaça de banimento nos Estados Unidos.
💰 PicPay reverte prejuízo com lucro inédito de R$ 20 milhões no 4T22
A fintech segue apostando na estratégia de concentração de toda a economia do cliente no app — investimentos, pagamentos, cartão, dentre outros. Seu principal desafio é competir com grandes players que também estão apostando em ecossistemas financeiros cada vez mais completos: Nubank e Inter.
🏦 Bacen divulga diretrizes do projeto piloto do Real Digital
Na fase de testes do CBDC desenvolvido pelo Banco Central do Brasil (Bacen), serão avaliados os benefícios e desafios quanto às operações simulada de ativos tokenizados, sem envolver transações ou valores reais.
📌 Recomendações do mês
🟢 #SnaqReview: Inter e PicPay
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