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Blockchain e tokenização: a revolução tecnológica nos mercados financeiros e de capitais

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Entenda como o uso do blockchain e a tokenização estão transformando os mercados financeiro e de capitais.


Por que o uso do blockchain e a tokenização são tão importantes


O sistema financeiro processa trilhões de dólares todos os dias e está na vanguarda quando o assunto é tecnologia, mas o blockchain é um marco histórico: expande as fronteiras de atuação do setor financeiro e atribui novos papéis para seus atores — instituições de pagamentos, bancos centrais, bolsa de valores e até pequenos investidores.


Uma das peças centrais dessa transformação é a tokenização de ativos, que consiste na criação de novos ativos ou digitalização deles como títulos de renda fixa, ações e commodities, por exemplo. Entre os benefícios, estão a redução de riscos, os incrementos de liquidez e a democratização dos investimentos. Em suma: torna tudo mais eficiente, seguro e acessível na hora de investir!


Antes de começarmos, você já sabe como o blockchain funciona? Explicamos o bê-á-bá na seção "O que é blockchain?". Sem mais delongas, vamos para o que interessa!



O que são tokens e tokenização?


O termo “token” é o registro de valor ou direito contratual digital de um determinado ativo, protegido por criptografia em blockchain. Já a tokenização corresponde ao processo de digitalização de ativos.


Na prática, a tokenização pode ser um “reflexo digital” de ativos físicos, que continuam existindo no mundo real, ou criados diretamente no blockchain. Entre eles, estão valores mobiliários (ações, títulos de renda fixa, cotas de fundos de investimentos, moedas fiduciárias), commodities (ouro, cobre) e ativos não financeiros (imóveis, patentes, obras de arte, músicas). Ou seja: quase tudo pode virar token!


Esse processo de transformação dos ativos em sua forma digital é formalizado através de smart contracts (em português, contratos inteligentes), que garantem os direitos de propriedade e as leis de privacidade de dados.

Além disso, a tokenização permite a divisão de ativos em partes menores, o que torna grandes investimentos (antes restritos a investidores de alta renda) cada vez mais acessíveis para pessoas de renda mais baixa. No gráfico a seguir, ilustramos o quanto é preciso poupar para ter ações de gigantes da tecnologia.

#paratodosverem: cerca de 80% da população mundial precisa poupar dinheiro durante dois anos para ter uma participação em cada big tech, segundo dados do HSBC. Com a tokenização, será muito mais fácil ter acesso ao mercado de ações.


Resumo da ópera: a tokenização promete democratizar os investimentos ao ampliar as fronteiras de mercado com a introdução de pequenos investidores e novos produtos, de forma segura e eficiente.



Principais mudanças nos mercados financeiros e de capitais


Segundo a Anbima, em linhas gerais a disseminação do blockchain e a tokenização introduzem quatro potenciais mudanças na operação dos mercados financeiros e de capitais:


🔵 Maior variedade de ativos digitais transacionados, através da divisão de grandes ativos em partes menores e da rastreabilidade, forma de atestar o valor e a propriedade deles;


🔵 Ganhos de eficiência, pois o processamento ocorre de forma mais rápida e barata;


🔵 Novos papéis conferidos para os atores tradicionais do setor, uma vez que não há a necessidade de uma instituição que faça a intermediação das transações;


🔵 Novos meios de pagamentos: as transações de ativos "tokenizados" podem ser feitas através da infraestrutura de sistemas de pagamentos tradicionais (isto é, com moedas fiduciárias) conectadas ao blockchain, ou de forma direta na rede com as stablecoins (meio de pagamento digital e privado, lastreado em moedas fiduciárias).


Neste último caso, quanto às novas moedas digitais privadas, há diversas questões regulatórias e operacionais, dadas as incertezas associadas à ausência de intermediação.



No meio de tantas novidades, como ficam as questões regulatórias?


A regulamentação visa proporcionar um ambiente no qual agentes econômicos (ou não) cooperem entre si e cumpram um conjunto de regras. Nessa perspectiva, o uso da blockchain e a tokenização de ativos é um grande desafio. Em termos práticos, uma regulação mais rígida pode sufocar a inovação, enquanto que a ausência dela também traz riscos.


🔴 O que está em jogo: proteção de dados de consumidores e investidores, estabilidade dos mercados, arquitetura do sistema de crédito, eficiência do mercado de capitais, concorrência entre empresas, prevenção de atividades criminosas, dentre outros.


Giro ao redor do mundo

🟢 Estados Unidos: a regulamentação americana contempla grande parte das iniciativas relacionadas aos ativos digitais e a introdução de inovações no setor financeiro. Mais recentemente, Joe Biden, solicitou ao Departamento do Tesouro e demais agências do governo um estudo específico sobre as aplicações e impactos socioeconômicos dos ativos digitais.


🟢 Reino Unido: criou o primeiro Sandbox Regulatório em 2015. A iniciativa permite que instituições selecionadas testem projetos ou serviços inovadores em caráter experimental, antes de criar uma nova legislação ou alterar o marco regulatório. Hoje, o Sandbox está presente em diversos países ao redor do mundo, inclusive no Brasil.


🟢 Suíça: criou um arcabouço legal para ativos digitais e tokenização, com destaque para a cidade de Zug, conhecida como o "Crypto Valley". Nesse contexto, foi lançada a primeira bolsa de valores digital, a SIX Digital Exchange (SDX).


🟢 França: fez diversos experimentos, inclusive com CBDC (moedas digitais emitidas por bancos centrais) para pagamentos no atacado. Entre as operações feitas, estão pagamentos internacionais, liquidação de títulos financeiros e valores mobiliários "tokenizados".


🟢 China: proibiu o comércio e a mineração de criptomoedas, mas o uso do blockchain para outras atividades é prioridade estratégica do governo. Um dos programas desenvolvidos é o Blockchain Service Network (BSN), com foco em aplicações desde serviços financeiros até infraestrutura de computação em nuvem. Alô, Amazon!



Iniciativas de players internacionais

E como estamos no Brasil?


Na perspectiva regulatória, o país segue com avanços significativos. O Sandbox Regulatório entrou em vigor em maio de 2020. A iniciativa abrange projetos inovadores para o setor financeiro, inclusive o uso do blockchain e a tokenização de ativos, supervisionados pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM).


O Banco Central do Brasil (Bacen) aprovou a primeira emissão de tokens no âmbito do Sandbox Regulatório em novembro de 2021. Roberto Campos Neto, presidente do Bacen, disse durante o evento Valor’s Crypto Summit Rio 2022 que a tokenização da economia é tendência e que a tecnologia veio para ficar. Link


Principais iniciativas no Brasil



O que é blockchain?


O blockchain (em português, corrente de blocos) é um banco de dados descentralizado protegido por criptografia, no qual o armazenamento e a edição de dados são compartilhados de forma confiável, rápida e segura.


Seu funcionamento lembra um livro contábil, onde todas as transações de um determinado ativo são registradas em sequência e interligadas entre si por uma assinatura criptografada (hash), sem a necessidade de intermediação.

Ou seja, além das vantagens já mencionadas, é possível realizar transações de ativos sem a necessidade de uma instituição financeira para intermediá-la, o que traz menos custos operacionais e ganhos de eficiência.

Para entusiastas, o potencial disruptivo do blockchain é similar ou até superior ao da internet. Enquanto a internet foi concebida para ser um veículo de troca de informações, essa tecnologia representa um potencial veículo de troca de valor. E tudo isso com um "ingrediente especial": foi concebido para impossibilitar a adulteração do histórico das transações e a centralização de poder.


Por fim, um dado não menos importante: de acordo com projeções do Fórum Econômico Mundial, cerca de 10% do PIB global será armazenado em blockchain até 2027.



No universo de venture, temos blockchain!

Em relação aos investimentos em startups, vemos uma evolução significativa no setor de blockchain e criptoativos desde meados de 2019. O destaque fica por conta das empresas que atuam no segmento de Web3, que receberam mais da metade (cerca de 57%) dos investimentos no segundo trimestre de 2022.


Apesar do cenário desafiador para os investimentos de risco, que levaram à primeira queda trimestral em dois anos, o futuro continua promissor para as startups do setor. Há milhares de empresas que utilizam o blockchain para oferecer soluções de negócios ou consumidores desde corretoras de ativos digitais, novos meios de pagamentos até metaverso.


Aos curiosos: origem do blockchain e sua relação com o Bitcoin

Na década de 1990, S. Haber e W. S. Stornetta elaboraram um projeto com o objetivo de evitar fraudes em artigos científicos. Como? Através de blocos de informações ligados uns aos outros, de forma que qualquer alteração pudesse ser percebida.


Porém, a tecnologia só ganhou notoriedade na Crise de 2008, com a criação do Bitcoin (BTC). Satoshi Nakamoto, pseudônimo utilizado pelo criador do BTC, descreveu o funcionamento da criptomoeda e de que forma é sustentada pela tecnologia blockchain no artigo "Bitcoin: A Peer-to-Peer Electronic Cash System". Go deeper.


Para saber mais sobre o assunto


🔵 Há diversos tipos de DLTs além do blockchain, como DAG, Hashgraph, Holochain e Radix. Para saber com detalhes o funcionamento e características do DLT, confira o artigo “Distributed Ledger Technology Systems: a conceptual framework” publicado pela Universidade de Cambridge. Go deeper.


🔵 Para saber mais sobre a tipologia dos tokens, confira o artigo Regulatory Approaches to the Tokenisation of Assets publicado pela OCDE. Go deeper.



Referências



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